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Márcia Fervienza

Entendendo aspectos no mapa astral


Entendendo aspectos no mapa astral

Nada na Astrologia é verdade absoluta escrito em pedra. Aliás, mentira: algumas coisas são verdades absolutas escritas em pedra, sim - pelo menos, dentro daquilo que já descobrimos a respeito do céu e dos planetas. Mas a verdade é que cada astrólogo trabalha com aquilo que sua experiência demonstrou funcionar melhor, ou com aquilo que seu mestre lhe ensinou.


Eu faço uma mistura. Uso tanto o que aprendi dos diversos mestres que tive na minha caminhada como aquilo que a experiência foi me ensinando.


Um dos temas controversos em Astrologia é como ler aspectos no mapa natal. Cada astrólogo usa uma orbe diferente, cada astrólogo aplica uma regra diferente, e isso pode causar confusão.


Essa semana fiz posts no meu Instagram explicando resumidamente as regras gerais que eu uso para leitura de aspectos, e quero compartilha-las aqui com você. E vou além: vou te contar também o meu raciocínio por trás de cada uma dessas regras, para que você entenda o "porque" por trás do "como".


Primeiro, o básico: O que são aspectos?


Aspectos são contatos que os planetas no céu fazem entre si, e que estavam fazendo no momento em que você nasceu. Esses contatos tem duas funções básicas: moderar a ação um do outro e promover uma integração de energias. Essa integração pode ser fácil ou difícil, e segundo essa ideia classificaremos os aspectos - ou seja, eles podem ser fáceis ou difíceis, ou fluidos e tensos, segundo prefira cada astrólogo. O perigo é confundir fácil e difícil com bom ou mal. Mas não nos antecipemos: vamos por partes.


Tipos de aspectos


Como dito anteriormente, os aspectos no mapa natal podem ser fáceis ou difíceis. Ou seja, essa "comunicação" entre os planetas pode ser uma comunicação que flui, onde um fala e o outro prontamente entende, ou pode ser uma comunicação enviesada, onde um fala e o outro não consegue entender com clareza o que o outro está dizendo, ou até mesmo onde um se sente desafiado pela fala do outro.


Quantos aspectos temos?


Temos uma variedade enorme de aspectos possíveis entre os planetas, mas eu trabalho somente com os cinco principais (ou Ptolomeicos) e mais um. São eles: trígono, sextil, quadratura, oposição, conjunção e quincunce.


Os trígonos, os sextis e algumas conjunções são considerados aspectos "fáceis", porque a comunicação entre os planetas envolvidos "flui". As quadraturas, oposições, algumas conjunções e o quincunce são considerados aspectos "difíceis", porque a comunicação entre os planetas envolvidos é difícil.


O que torna um aspecto fácil e o que torna um aspecto difícil?

Duas coisas: a natureza dos planetas em aspecto e a natureza dos signos envolvidos. Por exemplo, é difícil que uma conjunção entre Vênus e Urano seja um aspecto fácil, porque Vênus fala sobre se vincular e Urano fala sobre se libertar! Então, independente do signo em que essa conjunção ocorra, vai exigir um esforço consciente do dono do mapa para integrar e "viver bem" essas duas energias. Já uma conjunção entre Vênus e Júpiter, independente do signo em que ocorram, tende a ser muito mais fácil de ser vivida, porque Vênus fala daquilo que eu amo, desejo e atraio, e Júpiter fala de "mais". Quem não quer mais daquilo que ama, deseja ou atrai?


"Fácil" é diferente de "Bom" e "Difícil" é diferente de "Ruim"

É muito comum confundirmos aspectos fáceis com aspectos bons. Trígonos são aspectos fáceis e são considerados maravilhosos porque, com eles, tudo flui. É verdade, eles geram integração e harmonia interna. Por outro lado, eles não promovem mudança nenhuma. Já as quadraturas são consideradas aspectos terríveis, porque elas causam muito desconforto e conflito interno. No entanto, sem elas não mudamos. Infelizmente, precisamos da dor pra mudar.


Pra entender como aspectos que não causam dor interna (ou os aspectos "fáceis") podem ser perigosos, considere o seguinte: no aspecto fácil temos uma comunicação que flui, certo? Ou seja, um diz "mata" e o outro diz "esfola". Essa conversa entre dois planetas não seria boa, embora seja fluida. Um outro tipo de conversa entre eles seria um planeta dizer "ah, vamos pedir demissão daquele trabalho?" e o outro dizer "Vambora!", quando você só tem aquela fonte de renda e tem mil compromissos a honrar.


Ou seja, quando dizemos que o aspecto flui, isso só significa que o que um planeta disser, o outro apoia. Se a proposta será boa ou não pro dono do aspecto - e pro resto do mundo - não entra em questão.


Por outro lado, o aspecto que causa dor (como as quadraturas, os quincunces e as oposições) é um aspecto de discordância entre os planetas e signos envolvidos. É verdade, que nessa discordância podemos ficar numa eterna queda de braço e acabar não fazendo nada (como no caso das oposições) ou podemos simplesmente administrar o incômodo interno até que este nos adoeça (como acontece nos quincunces). Mas, se consultando com um bom astrólogo, você poderá encontrar formas de viver aquele aspecto "ruim" ou "difícil" de tal forma que acabará mudando e crescendo, tanto internamente quanto na vida. E, no final das contas, não é isso que buscamos?


Orbes ou Signos?


E aqui chegamos ao lugar de maior discordância entre os astrólogos: lemos os aspectos por orbe ou por signo?


Orbe é a distância que um planeta está um do outro. É uma leitura matemática do aspecto. E, a bem da verdade, a Astrologia inteira é pura matemática. Então, faz sentido ler aspecto por orbe? Em teoria, faz!


Eu uso orbes para determinar aspectos? Sim, porém, de forma secundária. Antes de ver a orbe eu vejo os signos envolvidos. Por que? Porque, em última instância, o que determina se um aspecto flui ou não é a energia dos signos que estão se vinculando através dos planetas.

Por exemplo, uma conjunção é um aspecto que fala da fusão entre dois planetas. Se eles estiverem em signos diferentes, mesmo que estejam em orbe (ou distância) de conjunção, não estarão exatamente se fundindo.


Imagine uma Vênus conjunta a Júpiter a 3 graus de distância um do outro. Mas considere que Vênus está no grau 28 de Câncer e Júpiter está no grau 1 de Leão. Aqui temos uma conjunção por orbe, mas as motivações de Vênus para seduzir e conquistar não tem nada a ver com as motivações de Júpiter para expandir. Então, embora haja uma conjunção matemática por orbe, será impossível fundir os planetas, o que - por si só - já questiona a existência da conjunção.


Agora, imagine a Lua no grau 5 de Câncer e Saturno no grau 28 de Sagitário. Por orbe eles estão em oposição - afinal, estão a 7 graus de distância um do outro. Mas Câncer e Sagitário são signos que fazem quincunce entre si, não oposição. Portanto, se considerarmos que aqui há uma oposição, teremos que considerar que ela será muito mais fácil de ser resolvida e integrada do que no caso de uma oposição que estivesse também em signos opostos. Essa sim se manifestaria como o tal cabo de guerra. Ficou mais claro para você a questão dos aspectos? Me conta aqui qual a sua dúvida!



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Esse artigo me ajudou muito Marcia, obrigada. Tenho sol a 3 graus de virgem e lua a 24 graus de aquário. Nos programas, por orbe aparece oposição entre sol e lua, porém, com sua explicação a oposição é fraca. Como nasci em 1969 no dia seguinte teve um eclipse em peixes. Isso altera a leitura sobre a oposição?

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